Mal de Alzheimer pode estar associado às inflamações gengivais

Uma publicação recente na conceituada revista New Scientist sugere que o mistério acerca das causas do Alzheimer está perto de acabar.

A doença pode estar associada a bactérias que acometem a cavidade bucal, desencadeando a perda óssea. Com o aumento da expectativa de vida, descobriu-se que a perda progressiva da memória e da função cognitiva envolve o acúmulo de dois tipos de proteínas no cérebro.

No entanto, essa hipótese passa a ser questionada a partir da constatação de que as placas proteicas também podem estar presentes em cérebros saudáveis. Em 2016, alguns estudos demonstraram a ação efetiva de proteínas específicas no combate a bactérias.

Seguindo essa linha de pesquisa, vários laboratórios independentes reconheceram a Porphyromonas gingivalis como responsável por inflamações locais no cérebro de pacientes com Alzheimer. Essa espécie faz parte de uma comunidade bacteriana presente na boca. A entrada de bactérias orais na corrente sanguínea pode favorecer a chegada desses micro-organismos ao cérebro, rompendo as estratégias de defesa do corpo.

Desse modo, mais duas hipóteses são construídas: a de que o cérebro, ao tentar conter a infecção, causa a destruição de neurônios ou, ainda, a de que há um ataque direto por meio das bactérias.
Fortes evidências genéticas, entretanto, demonstram que outros fatores também podem ser centrais no desenvolvimento do mal de Alzheimer. Como cada organismo reage de um modo diferente às inflamações, pode-se dizer que as variações genéticas influenciam a quantidade de danos provocados pela bactéria Porphyromonas gingivalis no cérebro.

A velocidade com que o dano se acumula é um fator-chave na doença. Embora muitas pessoas tenham Porphyromonas gingivalis em suas bocas, apenas algumas desenvolvem Alzheimer.
Se alguma dessas hipóteses for confirmada, tratamentos eficazes podem ser desenvolvidos.

Esforços de uma equipe em Melbourne, Austrália, levaram à criação de uma vacina – ainda em estudo – contra a Porphyromonas gingivalis.
A grande maioria das pessoas com Alzheimer é diagnosticada com a doença após os 65 anos de idade, mas aglomerados de proteínas específicas podem começar a se acumular no cérebro de 15 a 20 anos antes de os sintomas aparecerem.

O mal de Alzheimer é uma doença complexa que acomete entre 60% e 70% dos pacientes com demência. Os primeiros sintomas incluem perda de memória de curto prazo e apatia que se confundem com o envelhecimento normal, dificultando o diagnóstico precoce. Pode parecer surpreendente que uma bactéria da boca tenha sido associada à doença de Alzheimer. Porém, não seria a primeira vez que uma doença teria uma origem infecciosa inesperada.

Um forte exemplo é a gastrite, que tinha como causa o estresse ou o excesso de ácidos no estômago e depois foi descoberto como agente principal uma bactéria chamada Helicobacter pylori.

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